Meu off começa antes do sol nascer

"Meu off começa antes do sol nascer"

Por Giovanna


São 4h12 da manhã. Meu filho mais novo acorda chorando — nenhuma novidade por aqui. O inverno bate à porta com seus 7 graus, e pela janela a neblina cobre a madrugada como um cobertor espesso.

Pego meu pequeno no colo, a febre está alta outra vez. Dou o remédio, fico ali por alguns minutos, ninando o que mais amo no mundo. Quando ele adormece, volto para o meu quarto.

Já são 4h45. Troco de roupa e me preparo para começar o meu dia.

O respiro que me reconecta

Chego na academia às 5h. Para alguns, pode parecer loucura — para mim, é o meu respiro, o meu "off". É ali, entre uma série e outra, que me reconecto comigo mesma. Ninguém me chama, ninguém me pede nada. Apenas eu e o dia que está prestes a começar.

Observo as pessoas chegando aos poucos. Sem pressa, faço meus exercícios e saio às 6h.

Em casa, meu marido já está com o bebê novamente. Me arrumo com agilidade — o tempo é contado. Às 6h45, já estou na estrada. São 45 minutos até o centro da cidade. A música alta embala meus pensamentos e, por incrível que pareça, esse também é um momento de paz.

O sol começa a aparecer por trás das montanhas. Rezo. Agradeço. Respiro.

Entre demandas e abraços

O trabalho exige muito — e quando vejo, já é hora de sair correndo novamente. Pego a estrada com pressa: hora de buscar os mais velhos na escola. Chego às 18h10. Eles ainda têm energia de sobra — agora, o tempo é deles.

Em casa, a rotina se mistura entre brincadeiras, jantar, casos do dia, apertos e abraços. Me divido entre os quatro homens da minha vida. Queria que o tempo fosse mais elástico, mas ele escorre.

Subimos para um banho coletivo e, às 20h30, todos estão na cama.

O último off do dia

É aí que vivo meu último "off" do dia: um banho longo, quente e silencioso. Um ritual que me prepara para a próxima madrugada — que, provavelmente, será tão intensa quanto a anterior.

Essa é a minha rotina de segunda a sexta. E sei que muitas outras mulheres vão se reconhecer em algum trecho desse relato. Dias que passam num piscar de olhos, demandas que surgem do nada, o tempo sendo disputado como um prêmio raro...

Aprendizados aos 35 anos

Hoje, aos 35 anos, depois de muitas tentativas e erros, aprendi a proteger meus momentos inegociáveis:

  • A academia
  • A conexão com Deus
  • A música alta no carro que transforma tudo em karaokê
  • O banho quente e demorado

Sem esses pequenos respiros, meu dia seria mais denso. Mais difícil.

Aprendi que nem todo dia vai ser perfeito. As coisas raramente saem como planejamos. E eu nem sempre estarei onde gostaria de estar. Mas, se minha mente estiver minimamente descansada, serei a melhor versão de mim mesma para quem mais precisa de mim.

A realidade por trás do equilíbrio

E se eu consigo esse equilíbrio todos os dias? Óbvio que não. E que tédio seria a vida se não pudéssemos, de vez em quando, surtar tentando acertar.

E você? Quais são os seus momentos "off" inegociáveis? Compartilhe nos comentários como você encontra seus pequenos respiros no meio da correria.


Sobre a autora

Giovanna Orsi é aquela mulher que faz mil coisas ao mesmo tempo — e ainda arruma um jeito de sorrir no meio do caos.

Engenheira por formação, curiosa por natureza e apaixonada pela vida que construiu ao lado de seus três meninos lindos (e do Andrey, o grande amor). Ela fala com o coração, compartilha o que vive e acredita que nenhum dia precisa ser perfeito — só precisa ter um momento de paz, um banho quente ou uma música alta no carro.

Giovanna é dessas mulheres que inspiram só por existir. E nós aqui na ToOff temos o privilégio de contar com sua história e seu olhar sincero sobre o que é, de verdade, viver o próprio "off".

🔗Giovanna Orsi LinkedIn | @giovannaorsi

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